02 junho, 2006

LAVADO PERITONEAL

APLICAÇÃO: avaliação de traumatismo abdominal contuso e/ou perfuro - cortante

LIMITAÇÕES: não determina qual órgão foi lesado e a extensão da lesão

EXAME MICROSCÓPICO
- Contagens globais de hemácias e leucócitos

EXAME BIOQUÍMICO
- Dosagem de amilase no lavado e no soro

LAVADO PERITONEAL POSITIVO
- Características macroscópicas: hemorrágico ou com evidências de restos alimentares, corpos estranhos ou bile
- Exame laboratorial
. Hemácias acima de 100.000/mm3
. Leucócitos acima de 500/mm3
. Dosagem de amilase: 2 x amilase sérica

LAVADO PERITONEAL NEGATIVO
- Características macroscópicas: sem evidências de hemorragia, incolor e límpido/discretamente opalescente
- Exame laboratorial
. Hemácias inferior a 25.000/mm3
. Leucócitos inferior a 100/mm3
. Dosagem de amilase inferior a amilase sérica

PESQUISA DE FIBRAS

Aplicação: Suspeita de perfuração intestinal

Orientações para coleta: utilização cuidadosa de gaze/algodão na assepsia do local de punção para evitar contaminação com fibras

Cuidados no laboratório: não usar gaze, manter as lâminas em álcool, não utilizar lamínula, tubos de centrífuga rigorosamente limpos

Procedimento laboratorial
- Centrifugar o material, descartar o sobrenadante
- Analisar o sedimento para avaliar a presença de fibras vegetais e/ou musculares, material fecalóide, amido, muco, bactérias ou parasitas
- Resultado descritivo

Artefato: gaze









Celulose e pelo vegetal









Fibra muscular









Pelo vegetal

LÍQUIDO DE DIÁLISE


APLICAÇÃO CLÍNICA DA ANÁLISE LABORATORIAL

* Avaliação de possível peritonite através da citologia global e diferencial e análise microbiológica

* Avaliação de permeabilidade do peritôneo através de análises bioquímicas


TESTE DE EQUILIBRIO PERITONEAL (PET)

* Objetivo: avaliação da eficácia da diálise peritoneal e da capacidade de transporte de solutos

* Análises laboratoriais

- Dosagem de CREATININA – Dialisado / Soro (0, 2 e 4 hs)

- Dosagem de GLICOSE – Dialisado / Soro (0, 2 e 4 hs)

ADEQUAÇÃO DA DIÁLISE / CAPD

* Análises laboratoriais

- Dosagens de uréia, creatinina, glicose e proteina - Dialisado

- Dosagens de uréia e creatinina - Soro e Urina de 24 hs

** NKF - DOQI Clinical Practice Guidelines for Hemodialysis Adequacy (AJKD, 30(3-Suppl. 2): S67-S136, 1997) disponível em http://www.sbn.org.br/equacoes/eq7.htm

01 junho, 2006

LÍQUIDO SINOVIAL

As duas principais indicações de análise de líquido sinovial são as suspeitas de artrite séptica e de sinovite induzida por depósitos de cristais. Nas demais situações patológicas, o exame do líquido sinovial apenas indica se o fluido é do tipo inflamatório, não inflamatório ou se há a presença de hemartrose.

DEFINIÇÃO: O líquido sinovial, encontrado nas cavidades articulares, é um fluído viscoso, filtrado do plasma através da membrana sinovial, cujas células secretam um mucopolissacarídeo contendo ácido hialurônico e pequena quantidade de proteínas, que se soma a esse ultrafiltrado. Como essa filtração plasmática não é seletiva, exceto no que diz respeito às proteínas de alto peso molecular, o líquido sinovial normal tem, essencialmente, a mesma composição bioquímica do plasma.

FUNÇÃO: lubrificar as faces articulares móveis e transportar nutrientes para a cartilagem articular.

CARACTERÍSTICAS DO LÍQUIDO SINOVIAL NORMAL
A quantidade normal de líquido contida na cavidade articular do joelho é inferior a 3,5 ml, aumentando nos distúrbios articulares. Assim, o volume colhido depende do grau em que é produzido pela articulação.
Os níveis de proteína e imunoglobulinas são aproximadamente 25% dos níveis séricos, enquanto que os níveis de glicose e ácido úrico são iguais aos do soro. Lesões imunológicas, mecânicas, químicas ou bacterianas alteram a permeabilidade da membrana e capilares sinoviais produzindo variados graus de resposta inflamatória.
Formação de Coágulo: O líquido sinovial normal não se coagula, mas o proveniente de articulações comprometidas pode conter fibrinogênio e formar coágulos.

EXAME MICROSCÓPICO - Composto por:
- Contagem global de hemácias e leucócitos
- Contagem diferencial de leucócitos
- Pesquisa de cristais

ELEMENTOS CITOLÓGICOS HABITUAIS
- Linfócitos, Monócitos, Neutrófilos, Células Sinoviais
- Ragócitos
- Lipófagos

CRISTAIS
- Monourato de sódio
- Pirofosfato de cálcio
- Hidroxiapatita
- Colesterol
- Artefatos

EXAME BIOQUÍMICO
- Glicose (Normal: soro – líquido inferior a 10 mg/dl)
- Proteina total (Normal entre 1,0 e 3,0 g/dl)
- Ácido Úrico (Normal = soro)


CLASSIFICAÇÃO DAS ARTRITES E SUAS CAUSAS

- GRUPO I (não inflamatório): osteoartrite, traumático, osteocondrite, osteoartropatia neuropática.

- GRUPO II (inflamatório) : artrite reumatóide, L.E.S, síndrome de Reiter, febre reumática, espondilite anquilosante, enterite regional, colite ulcerativa, psoríase .

- GRUPO III (infeccioso): bactérias, B.K, fungos .

- GRUPO IV (cristal – induzido ): gota, artropatia associada a apatita, doença de depósito de cristais de pirofosfato de cálcio .

- GRUPO V (hemorrágico): trauma, hemofilia, hemangioma, uso de anticoagulantes

LÍQUIDOS CAVITÁRIOS (pleural, pericárdico e peritoneal)

DEFINIÇÃO: As cavidades fechadas do organismo (pleural, pericárdica e peritoneal) são revestidas por duas membranas conhecidas como serosas. Uma delas reveste as paredes da cavidade (parietal) e a outra cobre os orgãos do interior da cavidade (membrana visceral). O líquido situado entre essas duas membranas recebe o nome de líquido seroso.

FUNÇÃO: "lubrificação" das superfícies das membranas e orgãos facilitando sua movimentação.

VOLUME NORMAL
Líquido pleural: 30 ml
Líquido pericárdico: 20-50 ml
Líquido peritoneal: 100 ml

FORMAÇÃO DE DERRAMES
Aumento da pressão hidrostática na microcirculação
Diminuição da pressão oncótica da microcirculação
Aumento da permeabilidade da microcirculação
Diminuição ou bloqueio da drenagem linfática

COLETA: aspiração com agulha
- CITOLOGIA: frasco com anticoagulante (citrato de sódio ou EDTA)
- BIOQUÍMICA: frasco sem anticoagulante
- MICROBIOLOGIA: frasco estéril sem anticoagulante ou diretamente em frascos de hemocultura
- pH: seringa heparinizada

CLASSIFICAÇÃO
- TRANSUDATOS: Acúmulo de líquido secundário a doenças sistêmicas (ex: Insuficiência Cardíaca Congestiva, Hipoproteinemia e Cirrose hepática)
- EXSUDATOS: Acometimento direto do mesotélio por processos infecciosos ou neoplasias
- IMPORTÂNCIA: orientar a investigação etiológica dos derrames de causa desconhecida

ANÁLISE BIOQUÍMICA

- DIFERENCIAÇÃO ENTRE TRANSUDATOS E EXSUDATOS – baseada nos critérios de LIGHT et al. (1972)
. Relação proteína líquido pleural/proteína sérica >0,5
. Proteína no líquido pleural > 3,0 g/dl
. Relação LDH líquido pleural/LDH sérica >0,6
. LDH líquido pleural > 2/3 do limite superior da normalidade da LDH sérica

- GLICOSE
Valor normal acima de 60mg/dl ou 2/3 da glicemia
Mecanismo de diminuição: associação entre diminuição no transporte de glicose e aumento da utilização (neutrófilos, células neoplásicas e bactérias)

ANÁLISE CITOLÓGICA - Composta por:
Contagem global de Hemácias e Leucócitos
Contagem diferencial de leucócitos
Análise detalhada do Sedimento (fornece informações sobre a constituição e características das células)

- CITOLOGIA NÃO NEOPLÁSICA - elementos habituais

. Linfócitos
. Neutrófilos

. Eosinófilos
. Basófilos

. Monócitos


. Plasmócitos

. Macrófagos
- Eritrófagos - contém hemácias, aparecem poucas horas até 3 a 4 dias após a hemorragia
- Siderófagos - contém grânulos de hemossiderina, aparecem de 4 dias a 6 meses após a hemorragia




. Células Mesoteliais - Refletem a extensão do acometimento pleural, pericárdico ou peritoneal







- CITOLOGIA NEOPLÁSICA - CRITÉRIOS DE MALIGNIDADE BASEADOS EM:
. Relação núcleo-citoplasma
. Aspectos nucleares
. Aspectos citoplasmáticos
. Tamanho
. Disposição celular